Concerto junino somou a música popular de Erivaldo de Carira aos acordes clássicos da Orsse (Fotos: Ana Lícia Menezes)

O tilintar do triângulo e o som ritmado da zabumba e da sanfona se somaram aos acordes melodiosos de violinos, violoncelos e trompetes durante o primeiro concerto junino da Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse). A apresentação foi realizada na noite de ontem, 19, com o Teatro Tobias Barreto lotado. O forrozeiro Erivaldo de Carira e a filha dele, Thaís Nogueira, participaram do espetáculo.

Segundo o maestro assistente Daniel Nery, o concerto junino se soma à proposta da Orsse de se aproximar cada vez mais da música popular sergipana, ampliando o público que acompanha o trabalho da orquestra. “O período junino não poderia ficar de fora. Alguns arranjos foram concebidos especialmente para a ocasião, fato que fez o concerto ainda mais especial e imperdível”, ressaltou.

Erivaldo de Carira descreveu o concerto como um momento de muita alegria, que vai ficar marcado para sempre na memória. “Estou tão emocionado que nem sei como estou conseguindo cantar. Esse é o reconhecimento de uma história de mais de 40 anos. É uma grande emoção dividir esse palco com a minha filha, Thaís Nogueira. Somos representantes da família Carira, que há várias gerações vem representando a nossa sergipanidade e o verdadeiro forró. Quero agradecer pelo carinho de vocês”, expressou o forrozeiro.

Apresentação especial agradou o público

Sinfonia contagiante

Durante o concerto, foi interpretado um tributo a Luiz Gonzaga, com trechos de clássicos como “Asa Branca”, “Xote das Meninas” e “Paraíba Masculina”. A noite foi marcada por mais do que uma apresentação da Orquestra Sinfônica. Foi um momento de interação entre os músicos e o público, que acompanhou com palmas e, em algumas composições, com um coro de vozes. Não fosse a limitação de espaço, muitos teriam arriscado uns passinhos de forró. A apresentação foi encerrada com o público aplaudindo de pé.

A artesã Maria Oliveira Rodrigues ficou maravilhada com o concerto. “Nós estamos acostumados com a formalidade das apresentações no teatro, mas hoje o espetáculo foi muito diferente. O maestro deixou todo mundo à vontade. Além de ser muito gratificante ver nossos músicos sendo valorizados. Foi uma grata surpresa”, afirmou.

Espetáculo foi encerrado com a multidão aplaudindo de pé

Para Joelma Dias o concerto junino foi a apresentação mais bonita que ela já presenciou. “Fiquei muito emocionada ao ver esse casamento perfeito entre a música popular e a música clássica. Os forrozeiros e a Orquestra Sinfônica de Sergipe mostraram com maestria como se toca um baião”, arrematou a professora aposentada.

Por Michel Oliveira