Fabrízia Dias, médica infectologista da Secretaria Municipal de Saúde ( Foto: Portal Infonet/ André Moreira)

As festas juninas já estão a todo vapor e, com elas, chegam as fogueiras, fumaça, fogos de artifício, além de prevalecer o clima úmido do inverno. É nesse período também que a saúde de crianças, adolescentes, adultos e idosos sofre algumas ameaças, a exemplo da propagação de vírus como o da gripe, assim como diversas doenças alérgicas de caráter respiratório, como a rinite alérgica e a asma.

De acordo com estudos realizados pelo Ministério da Saúde, o Brasil está no grupo de países que apresentam as maiores taxas de prevalência de asma e de rinite alérgica no mundo, onde segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, neste período os atendimentos médicos aumentam cerca de 30%.

Para a médica infectologista da Secretaria Municipal de Saúde, Fabrízia Dias, que atua há 6 anos nesta área, o quadro de piora das doenças respiratórias se dá por diversos fatores, já que neste período chuvoso as pessoas tendem a ficar mais reclusas, facilitando a transmissão das doenças, principalmente as virais. “As alergias respiratórias são inerentes aos portadores dessa doença, mas geralmente após quadros virais as crises são desencadeadas, prolongando os sintomas de tosse irritativa, dor torácica, rouquidão. Vemos, nesse período, o aumento do número de casos de gripe, resfriados, viroses gastrointestinais", esclarece a médica.

"É inadmissível pais que deixam de vacinar seus filhos", Rogéria Prado Dall'Agnol(Foto: Arquivo Pessoal)

Em muitos casos de alergias respiratórias o diagnóstico é feito ainda na infância, quando uma criança passa por uma forte gripe ou adquire outro tipo de vírus, por isso isso a importância da vacinação.

“Ao mesmo tempo em que a vacina é um direito da criança, é também uma obrigação dos pais ou responsáveis. É inadmissível pais que deixam de vacinar seus filhos, pois deixam a criança vulnerável a doenças graves e comprometem a saúde das outras. Aconselho que os pais sigam à risca o calendário básico federal de vacinação, lembrando sempre de pedir a opinião do pediatra com relação às demais vacinas existentes no mercado”, declara Rogéria Prado Dall’Agnol, mãe de Mel, de 1 ano e 3 meses.

As crises alérgicas para muitas pessoas limitam algumas atividades, inclusive a diversão no período junino. É o caso da assistente administrativa Luciana Melo, 29 anos, que aos 3 meses de vida foi diagnosticada com asma. “Passei a vida inteira com muitas limitações, tendo que evitar locais com ácaros e fungos, cheiros muito fortes, atividade física, fortes emoções, entre outros, pois dessa forma evitava as crises. No período dos festejos juninos as crises pioram devido aos fogos, fogueiras, muita fumaça e também à mudança do clima. Tenho sempre que evitar ficar perto, curtindo a certa distância”, declara.

"Neste período de festejos juninos as crises de asma pioram, tenho que curtir a certa distância de fogos e fogueiras", diz Luciana (Foto:Arquivo Pessoal)

Hoje, Luciana Melo possui um quadro asmático controlado, mas continua fazendo uso de medicação. “Há 12 anos tomo medicamento à base de corticóide todos os dias, além de um medicamento de manutenção. E sempre tenho comigo um broncodilatador (a popular bombinha) para os momentos de crise, pois com ela o alívio é imediato”, conta.

Muitos médicos afirmam que o tratamento para o combate das doenças respiratórias é muito lento. Entretanto, em todos os casos de alergia, a principal orientação é evitar o causador da enfermidade, ou minimizá-lo, quando é impossível ser evitado. “Os cuidados são a manutenção de bons hábitos de vida, como alimentação saudável, boa hidratação, prática de atividades físicas, visando uma melhor resistência imune. A procura de orientação médica é fundamental quando iniciarem quaisquer sintomas, como febre, dor de garganta, dor de garganta, espirros, coriza, falta de apetite, dor no corpo”, complementa a médica Fabrízia Dias

Por Jacqueline Reis