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Igreja do Espírito Santo fica cercada de fieis no encerramento da Trezena de Santo Antônio (Fotos: Ana Lícia Menezes) |
Pregações, carreatas e procissões marcaram a realização da Trezena de Santo Antônio, encerrada na noite desta quinta-feira, 13 de junho, dia de falecimento daquele que é o primeiro homenageado do ciclo junino. Após treze dias de petições, louvores e agradecimentos, centenas de devotos compareceram à cerimônia de encerramento, realizada na área externa da Colina do Santo Antônio, localizada na zona norte de Aracaju.
Conhecido como santo casamenteiro e padroeiro dos pobres, Santo Antônio é um dos personagens religiosos mais populares do Brasil. Atribuição que justifica a adesão de inúmeros fieis, que reunidos no alto da Colina do Santo Antônio, assistiram uma missa a céu aberto, acomodados nos bancos da praça que envolve a paróquia ou mesmo nos assentos trazidos da própria residência.
Devota de Santo Antônio desde os 12 anos, Zunaide Correia, 80 anos, declara ter se identificado com toda a programação. “Desde o dia 1º de junho tenho trazido à igreja a minha disposição para louvar o santo que já me concedeu inúmeras graças, a exemplo de oportunidades de emprego para mim e para minha família”, testemunha a senhora.
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Missas, carreatas e pregações marcaram a programação |
O encerramento da Trezena é o resultado de uma série de eventos religiosos que culminaram com a pregação, denominada "Santo Antônio, mensageiro da paz, protetor dos pobres". A celebração da eucaristia, a bênção dos pães e a procissão em honra a Santo Antônio também marcaram a celebração. Para Marcondes Mendes, 28 anos, a primeira participação na Trezena de Santo Antônio realizada num dos principais pontos turísticos de Aracaju, está sendo uma revelação.
“Sempre tive curiosidade para saber o significado de uma Trezena para devotos de Santo Antônio ou até mesmo de outros santos. Nesta manhã, acordei com o objetivo de tirar todas as dúvidas e aproveitar o ensejo para alimentar a fé e refletir acerca dos ensinamentos bíblicos. Além disso, vim clamar pela saúde da minha mãe e realizar uma promessa”, compartilhou o jovem ainda surpreso com o aglomerado de fieis.
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Zunaide Correia, 80 anos, é devota de Santo Antônio desde os 12 |
Missa
Tanto a missa solene quanto a procissão em honra a Santo Antônio foram direcionadas por Dom José Palmeira Lessa, arcebispo titular da Arquidiocese de Aracaju. Participaram de toda a programação, párocos de outras igrejas católicas de Sergipe, além de integrantes de um dos ministérios da Paróquia Santo Antônio, o Curso de Orientação Religiosa (Cor Jovem), que auxiliaram na execução do cerimonial e expressaram a satisfação em contribuir para as ações religiosas.
“Trabalhando no ministério, estamos influenciando outros jovens a se envolverem nos atrativos da igreja, já que é satisfatório e nunca nos deixa desaminadas. Nos reunimos todos os sábados e já estamos organizando um grande evento no próximo mês. Essas atribuições e as que estão relacionadas à Trezena são motivos de alegria para nós”, declarou uma das jovens integrantes do Cor Jovem.
Casamenteiro
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Devoção, louvor e fé no santo conhecido como casamenteiro |
Oriundo de uma família de posses, Fernando de Bulhões, nome de batismo do santo, recusou todos os bens materiais e optou por servir ao próximo. Bondade essa que muitos fieis utilizam para conseguir a bênção de um casamento, para recuperar um amor perdido ou para engatar em um namoro sério. Tais alternativas são bem típicas dos adeptos das tradicionalidades juninas. Um deles, a jovem Caroline Chagas, 17 anos.
“Vim até a Colina do Santo Antônio em busca de um príncipe encantado. Acredito no santo e resolvi pedir essa bênção aqui, mesmo frequentando a Igreja Católica do bairro Ponto Novo. Quem sabe ele envia alguém especial?”, indagou a estudante, solteira há seis meses, que participou da programação com a amiga Milena Medeiros, 15 anos.
O apelido de santo casamenteiro veio da lenda de que o religioso, além de conciliar casais em crise, torna possível o encontro dos que estão em busca de um par. Essa crença no poder conciliador de Santo Antônio fez com que uma série de simpatias fossem criadas com o objetivo de solucinar problemas amorosos, o que torna santo bondoso em aspectos diversos.
*Por Nubia Santana