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13/06/2013 - 11:07
“Forró de verdade tem que ter zabumba e triângulo”
Erivaldo de Carira defende a origem do ritmo
"O Brasil todo dança forró", diz Erivaldo de Carira (Foto: Ana Lícia Menezes)

Um dos homenageados do XII Fórum do Forró, o sergipano Erivaldo de Carira chega aos 40 anos de carreira como um dos maiores nomes da música local. Embora fique com a agenda lotada nesta época do ano, ele faz uma crítica à mistura de atrações nas festas juninas que ocorrem pelo Estado e fala, com razão, sobre a necessidade de as prefeituras do Interior valorizarem  o artista da terra.

Durante a abertura do Fórum do Forró, realizada na noite desta quarta-feira, 12, ele conversou sobre o assunto com o São João Infonet. A entrevista você confere abaixo:

Infonet São João – O que representa, para você, a homenagem do Fórum do Forró?
Erivaldo de Carira –
Para mim, é muito importante porque é o reconhecimento do meu trabalho nesses 40 anos de carreira. É gratificante. Iniciativas como essa só enriquecem ainda mais a cultura nordestina. O forró veio se inovando nos últimos anos, cresceu muito e nunca esteve em tanta evidência como hoje. O Brasil todo dança forró e isso é um fenômeno interessante a ser discutido;

Infonet – Essa inovação do forró costuma ser bastante criticada por causa das bandas que modificaram muito o estilo. Até que ponto essa descaracterização é negativa?
Erivaldo –
Eu sou radicalmente contra o que algumas bandas famosas fazem porque muitas delas tocam música romântica. Mas forró é forró e música romântica é música romântica. Para mim, forró é o que Luiz Gonzaga criou. A única inovação positiva foi o acréscimo de instrumentos, sem tirar de cena a zabumba e o triângulo. Houve uma substituição, por exemplo, do violão pela guitarra. Mas, para ser forró, o verdadeiro, tem que ter o zabumba e o triângulo. Tudo o que for fora disso é de plástico.

Infonet – Os artistas sergipanos sempre reivindicam mais espaço nas programações. O senhor acha que já foi criada essa consciência de valorizar o que “é da terra”?
Erivaldo –
Eu acredito, sim, que estão, cada vez mais, abrindo os olhos para nós. E eu espero que continuem nos valorizando não só ao nos colocar nas programações, mas, principalmente, pelo cachê porque o dinheiro que o artista sergipano recebe ele gasta aqui, paga impostos e gera empregos aqui; os que vêm de fora gastam nos seus estados de origem.

Infonet – Mas a agenda dos artistas sergipanos, nesta época, embora seja movimentada, não chega ao patamar dessas bandas grandes que fazem até dois shows por noite...
Erivaldo –
Isso é verdade. Para mim, e para tantos outros, junho é o melhor mês. Entretanto, me causa muita tristeza ver programações juninas sem artistas locais. São João é puramente forró – ou deveria ser -, mas estão misturando, estão descaracterizando ao colocar sertanejo, arrocha... Os artistas de forró esperam um ano para cantar por um mês. Os outros têm shows o ano inteiro. O sanfoneiro só trabalha, de verdade, nessa época. É preciso, sim, que haja uma mudança nessa consciência.

Por Diógenes de Souza

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