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12/06/2013 - 20:14
Caminhoneiros festejam profissão em Itabaiana
Apesar de acidente, 48ª Feira do Caminhão seguiu com animação

48ª Festa do Caminhão acontece em Itabaiana (Foto: Arthuro Paganini)

O penúltimo dia da 48ª Feira do Caminhão em Itabaiana, que integra a Festa do Caminhoneiro, celebrou a profissão com quase tudo o que estava no roteiro. Quase porque no meio da carreata realizada no início da manhã desta quarta, 12, um atropelamento que vitimou um participante das comemorações mudou o curso do dia e encerrou o clima da carreata que aconteceria logo em seguida, ao meio-dia. Apesar disso, caminhoneiros de toda a cidade recobraram o ânimo para homenagear a profissão, refletir sobre suas conquistas e desafios e seguir a programação da festa.

No começo da noite, uma grande “carreata de caminhões” saiu do povoado Candeias, em Moita Bonita, em direção à sede de Itabaiana. A aglomeração marcou o início de mais uma noite de programações musicais na Praça de Eventos da cidade, que, em seguida, foi palco para os shows de Cesar Menotti e Fabiano, Alma Gêmea, Aviões do Forró e João Neto e Cesinha.

“ESTÁ NO SANGUE”

Jidiclei Carvalho(Foto: Arthuro Paganini)

Pouco antes da carreata, o caminhoneiro Jidiclei Carvalho esperava entusiasmado para iniciar o buzinaço. Motivos para celebrar a carreira não lhe faltam. Com apenas quatro anos de estrada, Jidiclei colocou no currículo uma das mais temidas estradas do país: a rodovia Transamazônica. “Foram 42 dias de atoleiro”, diz com orgulho. Mesmo assim, o caminhoneiro acha que o ofício tem sido muito desconsiderado. “Onde chegamos somos desrespeitados e humilhados”, desabafa.

Com uma média de 1,3 mil quilômetros rodados por dia – índice que o deixa fora de casa por mais ou menos 15 dias – , Jidiclei diz que a paixão pelo volante está no sangue. “Posso dizer que criei os dentes na boleia do caminhão. Todas as férias eu viajava pra cima e pra baixo com meu pai. É coisa que está no sangue, não tem jeito. Tanto que meu irmão mais novo já decidiu que quer ser caminhoneiro também”.

Assim como o irmão mais novo quer imitar o mais velho, Jidiclei não esconde que se espelha no falecido pai, homenageado com um grande retrato pintado colocado em frente ao caminhão. “Ele percorreu Rio e Bahia por 38 anos e nunca sofreu um acidente. Se eu conseguir chegar a tanto já vou me considerar um herói”. Ainda para Jidiclei, a Feira do Caminhão é uma ótima oportunidade para reencontrar os colegas. “A gente trabalha o ano todo. É justo tirar um tempo só pra gente. Até porque só conseguimos nos encontrar assim em tempo de festa”.

“NÓS MERECEMOS”

Janilson Santos (Foto: Arthuro Paganini)

Caminhoneiro há 11 anos, Janilson Santos Góis roda 1,5 mil quilômetros por dia, já percorreu mais de 2 mil quilômetros de Sergipe até São Paulo e já chegou a ficar 18 dias longe de casa. Mesmo assim, é o que ele sabe e quer fazer. “É instinto, é coisa que está no DNA, não tem jeito. Comecei a dirigir caminhão com um primo meu e hoje estou aí, no meio do mundo”. Sem acidentes de trânsito no histórico e sem nunca ter sofrido assalto, Janilson diz que a pior parte de seu ofício é a procura por frete. “Nessa hora, é só dor de cabeça”, revela.

Confiante diante de seu carregamento de colchões, o caminhoneiro confessa que as condições da profissão melhoraram muito. “Não posso negar que a profissão melhorou, que as estradas melhoraram. Sofri demais no começo”. Sobre a tão aguardada Festa do Caminhoneiro, Janilson não hesita. “A gente não apenas aproveita para se reunir com os amigos, mas para trocar informações também”.

José Valdoilson (Foto: Arthuro Paganini)

O caminhoneiro José Valdoilson da Costa, por sua vez, tem 15 anos de profissão e cobre em média 800 quilômetros diários entre Bahia, Sergipe e Alagoas. Mesmo sem ignorar os perigos de assalto e acidentes, ele diz que gosta muito do que faz e reflete sobre os novos tempos. “As estradas estão melhores, é verdade, mas tendo a achar que antigamente era mais tranquilo. O trânsito está terrível, as pessoas não respeitam mais nada, e ainda há os assaltos”. Apesar das ressalvas, Valdoilson não esconde o entusiasmo com as comemorações. “Todo ano participo. Gosto de tudo, principalmente de rever os amigos”.

Já o casamento de Jailton Barreto com as estradas tem mais de 12 anos. Com um itinerário basicamente local, ele soma uma média de 200 quilômetros por dia levando principalmente cimento. “Aprendi a dirigir caminhão viajando com colegas pra São Paulo”, ressalta. Apaixonado confesso pela direção, Jailton também aponta o que não é tão bom no ofício. “Chegar em um lugar e esperar para carregarem o caminhão. É o pior. Já cheguei a esperar oito dias por isso”. Ainda segundo ele, a Festa do Caminhoneiro já é um sucesso. “É uma bela comemoração. Nós merecemos”.

Por Igor Matheus

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