Público aguardou ansioso a apresentação de Targino Gondim (Fotos: Arthuro Paganini)

O sanfoneiro Targino Gondim foi a penúltima atração do Arraiá do Povo nesta segunda-feira, 29. Com o que há de mais autêntico na música nordestina, ele embalou a dança agarradinha dos forrozeiros e deixou saudades, já que o evento chegou à sua última noite. Ao São João Infonet, Targino contou sobre a trajetória de seus 20 anos de carreira e de sua história de amor por Sergipe.

Embora seja veterano nos festejos juninos de Sergipe, Targino se apresentou no Arraiá pela primeira vez. “Sempre fiquei namorando o clima do Arraiá do Povo, com essa programação voltada à essência junina... As cores, a fogueira, a comida, as danças típicas, as manifestações folclóricas... Tudo isso sempre me seduziu, e agora recebi o presente de cantar aqui. Estou muito satisfeito”, afirma.

Em 2015, Targino completa 20 anos de carreira. Para comemorar, ele preparou um álbum especial: “É festa” reúne canções e parcerias que fazem parte de sua história. “Em 20 anos, coleciono muitas produções, muitos amigos, muitos fãs e muita sanfona”, diz. E Sergipe, segundo o sanfoneiro, é parte fundamental deste caminho.

“Tenho um carinho especial por Sergipe. Já levei meus amigos da Orquestra Sanfônica de Aracaju para participar do Festival Internacional de Sanfona. Manuca Almeida, meu parceiro na composição de ‘Esperando na Janela’, também nasceu aqui e, assim como eu, é radicado na Bahia. Tenho duas irmãs que moram aqui, além de amigos como Erivaldo de Carira, Erivaldinho, Mestrinho... Quando estou em Sergipe, estou em casa”, revela.

Targino conta de sua relação de amor com Sergipe e de sua satisfação em tocar no Arraiá

O gosto pela música e pela sanfona nasceu quando Targino ainda era criança. Tudo surgiu através da admiração de seu pai por Luiz Gonzaga. “Meu pai aprendeu a tocar sanfona por causa de sua paixão por Luiz Gonzaga, e isso foi o suficiente para que eu também aprendesse. Inclusive, meu pai aprendeu a tocar com o irmão adotivo de Gonzagão, Eugênio Gonzaga. Até hoje eles são grandes amigos”, conta.

Outra grande influência na carreira de Targino é Dominguinhos, com quem cultivou uma sólida amizade. “Ele era meu mestre e meu conselheiro. Fizemos muitas parcerias e a gente sempre se encontrava pela estrada da vida e dos projetos. Ele sempre tinha uma palavra amiga, foi uma amizade muito forte que criamos”, lembra.

Após a apresentação de Targino, o sanfoneiro Robertinho dos Oito Baixos, filho de Clemilda e Gerson Filho, fechou o Arraiá do Povo. Ele fez questão de se apresentar à organização do Arraiá oferecendo o show, e foi acolhido de prontidão. A sanfona de Robertinho ressoou até o dia raiar, e deixou gosto de quero-mais.

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Por Nayara Arêdes