GRUPOS FOLCLÓRICOS
OS FOLGUEDOS
Os folguedos
não são apenas grupos fantasiados de festas, eles nascem e vivem
nas comunidades, contam a sua história, mostram a sua maneira de
ser e de viver. São muitos os folguedos ou grupos folclóricos de
Sergipe, Destacamos aqui alguns deles:
REISADO
Dança de origem portuguesa, é representada sempre no Dia dos Santos
Reis no ciclo de Natal. Participam do Reisado duas filas (cordões)
de "Caboclas", cada fila com vestidos de uma cor (vermelho e verde
ou vermelho e azul). Usam saias curtas e chapéus enfeitados de espelhos
e fitas coloridas. Outras personagens do Reisado são o "Matheus"
ou "Palhaço", a "Dona do Baile", o "Boi" e o "Jaraguá". Eles dançam
com as "Caboclas" nas ruas, praças e palanques das feirinhas natalinas.
LAMBE-SUJO
Lambe-Sujo
representa a luta entre negros dos quilombos - os "Lambe-Sujos"
contra os índios - os "Caboclinhos", mandados pelos brancos para
destruírem os quilombos. Os "Lambe-Sujos" pintam os corpos de tinta
negra, vestem-se com calções e gorros vermelhos. Como arma usam
uma foice de madeira, símbolo do trabalho no canavial. Os "Caboclinhos"
tem os corpos pintados de vermelho, usam cocares e saiotes de penas,
pulseiras e colares e armam-se de arcos e flechas. Os "Caboclinhos"
formam um grupo disciplinado, todos em fila dupla comandados pelo
"chefe" ou "cacique", ao contrário dos "Lambe-Sujos", às carreiras
pelas ruas, sob o ritmo agitado da batucada (timbau, pandeiro, cauíca,
tambor, tamborim, bumbo e reco-reco). A cidade de Laranjeiras ainda
conserva a tradição dos "Lambe-Sujos", a festa acontece sempre no
mês de outubro.
CACUMBI
Originária do Congo - África, o Cacumbi é uma dança onde participam
o "rei negro" e seus "cacumbis", ou seja, seus nobres guerreiros
ou vassalos. A coreografia da dança é bastante alegre, com evolução
e movimentos vivos e contínuos ao som de apito, cuícas, pandeiros,
tamborins e ganzás. Somente os homens realizam a dança, usando chapéus
enfeitados de espelhos, paetês e fitas coloridas. As vestimentas
são camisas com estampas em cores alegres, calças e tênis branco.Os
Cacumbis existem principalmente em Japaratuba e Laranjeiras, onde
se apresentam nas festas natalinas, principalmente no dia de Santos
Reis, em 06 de janeiro.
TAIEIRA
A
Taieira é uma dança religiosa de origem africana realizada por mulheres,
geralmente negras e mulatas, usando uma indumentária bastante eclética
e chamativa como chapéus e vestidos brancos rendados, fitas e laços
vermelhos, além de brincos de argola, pulseiras e colares à moda
africana. Trazem nas mãos uma ganzá e uma varinha enfeitada com
papel crepom. Na Taieira, a dança é realizada pelas mulheres em
fila dupla, sempre girando no compasso do ganzá e dos cantos. Os
grupos desse movimento folclórico apresentam-se principalmente nas
festas religiosas de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santos
Reis.
CHEGANÇA
De
origem portuguesa, essa é uma dança dramática, que no Brasil tornou-se
um alto de Natal. Representa a luta entre marinheiros "cristãos"
e "mouros", que é vencida pelos primeiros, que obrigam os inimigos
a serem batizados. Como o grupo dos cristãos representa uma tripulação
de navio, seus personagens são o "Almirante", o "capitão", os "marinheiros",
o "padre-capelão", o "médico", etc. Usam uniformes brancos ou azuis
com botões dourados ou prateados, além de luvas brancas e espadas.
Movimentando-se de um lado para o outro, os integrantes da Chegança,
lembram o balanço de um navio. Os cantos são em "louvações" à Virgem
Maria e ao Menino Jesus.
BACAMARTEIROS
Costume e tradição do município de Carmópolis, os Bacamarteiros
comemoram a noite de São João, 24 de junho com dança, música e muitos
tiros de bacamarte, uma espécie de rifle artesanal. O grupo é composto
por mais de 60 participantes, entre homens e mulheres. As mulheres
trajam chapéu de palha e vestido de chita, dançam sempre em círculo,
enquanto os homens, que ficam atrás, vão disparando tiros de bacamarte,
de acordo com o desenrolar da dança.
SAMBA DE
COCO
Uma
dança acompanhada de cânticos, a origem é africana, mas, com forte
influência indígena. A marcação do ritmo é forte, feita através
dos sapateados e das palmas. Sua origem africana está ligada intimamente
à formação dos quilombos. Os negros que fugiam das senzalas se reuniam
em locais distantes - quilombos-, e para passar o tempo ocioso cantavam
enquanto praticavam o ritual da quebra do coco, retirando a coconha
(amêndoa), para o preparo dos alimentos. No Samba de Coco, o tirador
do coco, também chamado de coqueiro, é quem puxa os versos, que
são espondidos pelo coro dos participantes. Os versos podem ser
tradicionais e improvisados e aparecem nas mais variadas formas,
quadras, sextilhas, décimas etc. No Samba de Coco o canto é marcado
pelos instrumentos de percussão: cuícas, pandeiros, ganzás, bombos,
tambores, chocalhos, maracas e zabumbas que acompanham a sanfona.
Enquanto dançam, sapateando e pisando forte no chão, os participantes
batem palmas e cantam, girando sem parar, desenvolvendo passos e
requebros. A indumentária é simples. As mulheres usam vestidos estampados
com saias rodadas e cinturas marcadas. Os homens, calças comuns
e camisas identicamente estampadas. Nos pés, usam tamancos de madeira
que ajudam a sonorizar o ato da pisada no chão.
BATUCADA
Manifestação folclórica bastante difundida no município de Estância.
Os instrumentos de percussão são: tambor, reco-reco, ganzá e triângulo.
O compasso rítmico das batidas dos pés é a característica mais marcante.
A Batucada é composta de 100 a 150 figurantes, homens e mulheres,
que vestem indumentárias típicas do ciclo junino. Na cabeça, todos
usam chapéus de palha e nos pés tamancos de madeira.
SÃO GONÇALO
Manifestação
de origem portuguesa, no Brasil está ligada ao catolicismo rural.
Folguedo em homenagem a São Gonçalo do Amarante que, segundo a lenda,
teria sido um marinheiro que tirou muitas mulheres da prostituição
através da música alegre que fazia com a viola. A dança é acompanhada
por violões, pulés (instrumentos feitos de bambu) e caixa. A caixa
é tocada pelo "patrão", que é o gomem vestido de marinheiro, em
alusão a São Gonçalo do Amarante. O grupo dança em festas religiosas
e em pagamento de promessas, sendo composto em sua maioria por trabalhadores
rurais que se vestem de mulher. O mais importante grupo é o de Laranjeiras,
da Mussura. .
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